Biodança e América Profunda na Serra da Capivara

Biodança e América Profunda na Serra da Capivara é uma proposta anual da Escola de Biodanza do Meio-Norte do Brasil  SRT, que teve sua primeira edição no período de 28 a 30 de abril de 2018 e a segunda edição entre 2 e 4 de maio de 2019.
Em 2020, entre 18 e 20 de abril de 2020, acontecerá a terceira edição.

Biodança e América Profunda  na Serra da Capivara 2018

A proposta surgiu em colaboração com Cezar Wagner de Lima Góis (CE), o idealizador de Biodança e América Profunda.

 A expressão "América Profunda"  foi proposta pelo  antropólogo, escritor e Jornalista Argentino de origem alemã, Rodolfo Kusch.  É usada para designar o sentimento humano, as vivências,  experiências, os saberes dos povos originários que sobrevivem ou vivem à margem às culturas oficiais, dominantes.

Partindo dessa compreensão, Cezar Wagner propõe  Biodança como caminho de favorecer em nós a conexão com a América Profunda. Com o profundo em nós mesmo. E a Serra da Capivara, como berço do homem (e mulher) americano é o local ideal para esta aventura.

"Situar a Serra da Capivara no movimento Biodança do Brasil e todas as terras de América, é fazer com que cada pessoa enxergue um pouco mais na pele, coração e mente a profundidade de tudo isso."
                                                             Cezar Wagner

Pode-se peguntar  o que há de comum entre Biodança e América Profunda.  Para Cezar Wagner:
"O que é mais importante na Biodança é também o mais importante dos povos originários! O que é? A DANÇA




"A corporeidade, revela o antigo, o atual. Dança revela antigo e atual e só é possível quando se abre a viver e intensifica esse viver chamado vivenciar. A existência escancarada como corporeidade, como abertura que ultrapassa os limites do observador, que se abre a esse oceano que é a nossa própria abertura interior, então, fica claro que não somos seres de necessidade ou pecado, mas seres de abundância pelo simples fato do que o que nos move é a vida. O que nos une, o que nos forma."

Eu acrescento: pela vivência, que Biodança favorece, mergulhamos em nosso interior-exterior, em profunda comunicação com os outros e com tudo que nos cerca. Neste mergulho, o passado se faz presente, nossa origem, nossa ancestralidade,  sem que possamos intelectualmente explicitar por palavras, mas sentimos um fio que nos une, que foi rompido pelo nosso distanciamento cultural, mas que pode ser reconectado pela vivência  e convivência com os outros.
Na Serra da Capivara, com marcas  de um passado longínquo, essa conexão é facilitada. As rochas com seus desenhos, os achados arqueológicos, o Museu da Natureza, a presença das pessoas simples do lugar, a natureza - tudo contribuiu para que nossa dança expresse com mais profundidade o que somos no momento em que dançamos.

Para Rolando Toro, a "dança é a expressão mais essencial da identidade, nela estão inscritos os sinais do passado e do futuro.
Diria, então, que na conexão com nosso passado nos recriamos,  ou   com as palavras de Cezar Wagner:
"Temos que nos recriar, renascer, aproximarmo-nos da América Profunda para encontrar nossas raízes, valorizando nossa ancestralidade, aquilo que somos."

Ismênia Reis 

Comentários

  1. Respostas
    1. Obrigada! Quem sabe você um dia não venha dança com a gente na Serra da Capivara.

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  2. Que maravilha ter vivenciado esse encontro poético!

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  3. Que oportunidade espetacular conhecer a SERRA DA CAPIVARA.Enternder a nossa Ancestralidade

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